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sábado, 30 de novembro de 2013

TEMPO DO ADVENTO

01/12/2013 

I° Domingo de Advento.

Leituras: 
Romanos 13, 11-14
Salmo 121 (122)
Evangelho de Mateus cap. 24, ver. 37 a 44




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Igreja que cai



O glorioso São Francisco de Assis na sua vida teve aquela visão que escutava de Cristo “Francisco minha Igreja cai”, ele pensando que se tratava da igreja de São Damião, na qual estava ficando começou a reconstruir a dita igreja. Sabemos que não se tratava da igreja particular porem do Corpo místico, da Esposa de Cristo, da Igreja Militante. Estava caindo? A historia do cristianismo confirma que Igreja Material passa por altos e baixos todos os séculos. A Igreja cai e se levanta muitas vezes!
Hoje vemos igrejas que se multiplicam, e falo em geral, que novas fachadas de igrejas se erguem por todo lados. Mas passamos por uma decadência de verdadeira espiritualidade, isto dá como resultado que apareçam “lobos em pele de cordeiros”, usando das fachadas das igrejas para seu fins particulares. E estamos carecas de saber que os fins particulares não sempre contemplam o “bem Comum”. Assim muitas igrejas particulares tem de fecharem suas portas.
Toda instituição religiosa que é omissa, repito, falo de modo geral, com seus membros, deixa passar os abusos e como resultado estariam, deixando entrar os “lobos”, que usam as igrejas para obter poder, dinheiro e prestigio. Claro, não podemos julgar as intenções das pessoas, somente Deus, mas pelos frutos se conhece a árvore. Um Bispo norte-americano me contava que em USA., a igreja católica está fechando suas igrejas. Muitas se tornam danceterias! E um padre amigo que esta na Itália, me contava que a igreja esta sempre cheia de pessoas idosas; jovens não tem, e o padre dava graças a Deus se em uma missa tivesse um jovem participando! E eu sou testemunha que unos jovens italianos que visitaram meu seminário, na argentina, a cassula do grupo tinha 30 anos! Fato!
Não se brinca com Deus Nosso Senhor. Ele não gosta que usem seu Santíssimo Nome em vão! Deus Sabaot disse a bíblia, é Deus dos exércitos, de anjos que tudo vêm  o que os homens fazem! Nada passa despercebido aos olhos de Deus! Por isso, ao meu modesto modo de ver, um primeiro sinal que uma Igreja esta em decadência é a falta de vocações; consequentemente cai a participação na liturgia; o povo é escasso; e a igreja que começa a trilhar este caminho se vê forçada a fechar as portas, vender templos, fechar seminários, etc, etc.
O nosso tempo é um tempo de mudanças, mas em tema de religião, não podemos extrapolar, perdendo o rumo. Cada igreja tem Seus fundadores, que inspirados por Deus, colocaram no papel a Vontade de Deus. Isto, mas os Santos costumes e Espiritualidade do fundador deve ser seguido a risca! Seguindo isso temos como resultado uma nova primavera para a Santa Igreja.

Padre Héctor

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Por que acendemos velas?



Por que se acende uma vela a Deus ou a um santo? Para comprá-los a fim de alcançar uma graça? Ou para apaziguá-los a fim de ficarmos livres de um mal que nos atormenta ou de uma desgraça que nos ameaça? Nem um nem outro. O sentido da vela acesa é muito mais nobre e mais profundo.

SÍMBOLO DE CONSUMAÇÃO
Deus é nosso Criador e nós, suas criaturas; quer dizer que tudo o que somos e tudo o que temos nos foi dado de graça por Deus. Por conseguinte, seu poder sobre nós é absoluto e seus direitos  ilimitados. Pode até exigir a nossa própria vida em sacrifício.
Os povos pagãos reconheciam esse direito a seus deuses. Por isso ofereciam-lhe sacrifícios humanos (crianças, geralmente, por causa de sua inocência), para acalmar a sua ira ou conseguir o que desejavam.
A Bíblia nos diz também que o Deus verdadeiro exigiu uma vez um sacrifício humano; pediu a Abraão que lhe sacrificasse seu filho único Isaac. Abraão obedeceu. Mas no instante em que segurava a faca para matar o filho em cima da fogueira, Deus enviou seu Anjo que reteve a mão do pai e substituiu o filho por um carneiro (Gn 22). Deus mostrava, assim, que os sacrifícios humanos não são agradáveis a seus olhos e que só quis pôr à prova a fidelidade e a obediência de seu servo.
Na história da humanidade houve um só sacrifício de seu próprio Filho feito homem, nosso Senhor Jesus Cristo, na cruz, para a salvação e a redenção do gênero humano. Esse sacrifício continua renovando-se misticamente, de modo incruento, onde houver um sacerdote e um altar.
Que relação pode haver entre um sacrifício e uma vela acesa? A vela acesa substitui diante de Deus a pessoa que a acende: Fica se consumindo, como se fosse um holocausto oferecido a Deus. O holocausto era, na Antiguidade e na lei mosaica, o sacrifício mais perfeito, porque por ele a vítima era oferecida a Deus e queimada por inteiro em reconhecimento a seu poder e direito absolutos sobre quem a oferecia. A vela acesa ê um holocausto em miniatura. A pessoa compra a vela que passa a lhe pertencer, a ser sua. Acende-a para ser consumida em seu lugar.
Uma vela acesa a Deus simboliza, portanto, a adoração e a entrega total de quem a acende ao Deus Todo Poderoso, Senhor e Criador de todos os seres. Uma vela acesa a um santo tem o mesmo simbolismo, só que este sacrifício é oferecido a Deus por intermédio deste ou daquele santo.
É claro que está longe de ter o mesmo valor do sacrifício eucarístico, cujo valor é infinito, visto que por ele é o próprio Homem-Deus que se oferece a seu Pai. Mas nem por isso deve ser desprezado ou abolido.
Deve-se, sim, evitar a má interpretação e o exagero, isto é, evitar dar-lhe maior valor do que ele tem. Vela acesa é, pois, símbolo de consumação.

SÍMBOLO DE CRISTO, LUZ DO MUNDO
A vela acesa tem também outro simbolismo. Irradiando luz iluminadora, simboliza Cristo «Luz do mundo», conforme ele próprio se qualificou. Por isso, nos ofícios litúrgicos, usam-se freqüentemente velas acesas, sobretudo durante a semana santa e o tempo pascal. Mas o dia da luz é o sábado santo, de noite, Vigília da Páscoa {os fiéis, aliás, chamam este dia de Sábado da Luz}. Nele, antes da divina liturgia, procede-se à bênção solene da luz: o sacerdote benze, atrás do altar, uma vela acesa e, depois, de frente para os fiéis, convida-os a acender dessa vela benta, suas velas, dizendo:
«A luz de Cristo ilumina a todos!... Bendito seja o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que ilumina e santifica nossas almas».
E com as velas acesas faz-se uma procissão dentro da igreja ao canto do Salmo 147.
No domingo da Páscoa, ao iniciar a cerimônia da entrada triunfal de Cristo que precede a liturgia da ressurreição, o sacerdote, segurando o círio pascal aceso, convida os presentes a acender dele os seus círios, dizendo: "Vinde, tomai luz da Luz sem ocaso e glorificai o Cristo que ressuscita dos mortos". E todos saem da igreja em procissão com velas acesas, para o anúncio da ressurreição de Cristo, pela leitura do evangelho próprio e o canto, várias vezes repetido, do hino da ressurreição:
«Cristo ressuscitou dos mortos; venceu a morte a pela morte, e aos que estão nos túmulos Cristo deu a Vida».
Depois, o celebrante bate na porta fechada, exigindo sua abertura e entra primeiro, seguido dos fiéis, sempre com velas acesas, ao canto do Cânon da Ressurreição. É claro o simbolismo das velas acesas: Cristo ressuscitado, luz sem ocaso.
Esse simbolismo, encontramo-lo também no sacramento do batismo, chamado também sacramento da iluminação. Depois de batizar a criança, que passa, assim, das trevas do pecado para a luz da graça, o sacerdote manda, acender as velas que os presentes seguram na mão e proclama: «Bendito seja Deus que ilumina e santifica todo homem que vem a este mundo».
Em qualquer cerimônia litúrgica, em especial na "Divina Liturgia", acendem-se velas no altar para simbolizar de um lado a consumação da criatura diante do Criador, o sacrifício de Cristo em substituição à humanidade; e de outro lado, porque é Cristo que está se sacrificando, ele que é a «Luz do mundo».
A exemplo de seu fundador, que usou coisas materiais (pão, vinho, água, óleo) para significar coisas imateriais e até para transformá-las em seu corpo e sangue, a Igreja usa também o material para esse fim (velas, incenso, ícones, etc.); nossa natureza, que é um misto de matéria e de espírito, o requer. Não sendo o "homem nem anjo nem simples animal" só pode alcançar o espiritual e o sobrenatural por intermédio do sensível e do natural. Sejamos humildes e aceitemos nossa natureza como ela é.

FONTE: Mons. Pedro Arbex -  Teologia Orante na Liturgia do Oriente
Ed. Ave Maria - Brasil - 1998

Por que Acender Velas?
costume de acender velas tem origem nas prescrições do Antigo Testamento: «O Senhor disse a Moisés: 'Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. Disporás as lâmpadas no candelabro de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor'». Lev 24, 1-4.
A vela acesa, enquanto rezamos, tem um significado muito especial. A idéia básica da Luz como oposição às trevas está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como «Luz para revelação dos gentios». Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: «O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma Luz». Is 9,1
Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou seu filho Jesus no templo de Jerusalém. (Lc. 2, 22-32:). Este acontecimento comemora-se com a Festa da Apresentação do Senhor no templo, no dia 15 de fevereiro, ou, pelo antigo calendário, no dia 02 deste mesmo mês. Após a Liturgia nesta festa, faz-se benção das velas que são usadas nas orações particulares durante todo ano. Na festa de Apresentação do Senhor no templo, os paroquianos, antes de começar o jejum da Quaresma, acendem as velas abençoadas e, visitando seus vizinhos, pedindo-lhes perdão pelas ofensas feitas durante o ano.
Também Jesus identificou-se a si mesmo com estas palavras: «Eu Sou a LUZ do mundo, aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida». Jo 8,12
Um dos mais antigos hinos da Igreja, que cantamos nas Vetchirnhas(Vésperas), inicia-se fazendo referência Cristo: «Ó Luz Serena da Glória de Pai Celestial Imortal».
Acender velas nas igrejas é, portanto, uma tradição muito antiga. Claramente, a prática individual de acender a vela quando entramos na igreja, é um meio poderoso de unir a nossa oração individual com a oração da Igreja e com Cristo, a Luz do mundo. Mas atenção: as velas não devem substituir nossas orações nem devemos esperar efeitos mágicos de seu uso. Mas, como expressão de nossa presença diante do Altíssimo, a suplicar a luz que ilumina as trevas de nossos pecados fazendo-nos deles tomar consciência para uma contínua conversão a que somos todos chamados.
Durante a perseguição do comunismo na Ucrânia, introduziu-se, pouco a pouco, o costume de pedir às pessoas que iam à igreja, que acendessem velas por si, impedidos por alguma razão de fazê-lo, de modo a significar sua presença espiritual na igreja.

A VELA NO BATISMO
Para os cristãos ortodoxos, a vela usada no Batismo tem um significado muito especial. Como disse o Patriarca Sofrônio:
«Hoje saímos das trevas e fomos iluminados pela Luz do conhecimento de Deus. No Batismo nós pedimos a Jesus Cristo, que nos envie o Espírito Santo, conforme sua promessa, para iluminar os olhos de nossas almas, a fim de podermos ver Cristo 'a Verdadeira Luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo'». Jo 1,9
A vela do Batismo deve ser mantida pelos pais e apresentada à criança quando alcançada a idade do entendimento. Neste momento, os pais deverão explicar que, pelo Batismo, a criança recebeu a Luz, que é Cristo: «Eu Sou a Luz do mundo» (Jo 1,5) e pela Crisma o «Dom do Espírito Santo». Esta Luz ilumina nossos passos para ver por onde devemos trilhar no decurso de nossa existência. Mostra-nos que somos os filhos de Deus, amados, cuidados e redimidos por Ele. Faz-nos pensar que Ele caminha conosco Ele, o verdadeiro caminho, o único meio que nos une (religa-nos) ao Pai e dá-nos a Vida eterna no paraíso. Jo 14,1-6, 16-17, 26-28.
Jesus é a real e única Luz para os cristãos, revelando-nos a nossa identidade e o nosso destino.
Nos primeiros tempos da Igreja a vela batismal era sempre mantida pelo batizado. Acendia-se todos os anos no aniversário de Batismo e nos dias dos Santos Maiores. Na Festa da Epifania era trazida para a Igreja e usada para a Renovação das Promessas do Batismo, quando se reafirmava a renúncia ao demônio e a nossa fé em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. (Epifania era o dia em que se realizava um grande número de batismos nos primeiros tempos da Igreja, como também na Festa da Ressurreição). De igual modo, era acesa, esta mesma vela, durante a cerimônia de casamento ou ordem, simbolizando a presença da Santíssima Trindade: a cera simboliza o Pai; o pavio, Jesus Cristo e o fogo simboliza o Espírito Santo. Finalmente no momento da morte, para expressar nossa fé na nova Vida: "Aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a LUZ da vida", (Jo 8,12) para iluminar as trevas da morte na espera da Luz do Cristo Transfigurado, a iluminar-nos com a Luz da Vida Eterna.
Os pais cristãos ortodoxos devem reviver esta tradição de preservar a vela batismal de cada criança e acendê-la constantemente na festa de Epifania para relembrar sua filiação divina, motivando assim os pequenos a fazer o mesmo nos momentos mais importantes de suas vidas, como nos aniversários de Batismo, ao receber os demais sacramentos ou numa festa especial, vivendo sempre sob a Luz de Cristo.
Todas as famílias ortodoxas, na festa de Epifania ou Domingo após, ou ainda na festa da Ressurreição do Senhor, deveriam reviver esta tradição, renovando os votos do Batismo que nos revigora na Verdadeira Vida que é Cristo.

FONTE:
Fonte: Seara Ortodoxa, 1999

Velas acesas na bíblia

“Javé não quis destruir a dinastia de David, por causa da aliança que tinha feito com ele e a promessa de manter sempre acesa a sua lâmpada e a de seus filhos.”
“O terceiro Anjo tocou. Caiu do céu uma grande estrela, ardendo como tocha acesa. Caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes.”
“Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira puro e refinado, para manter as lâmpadas sempre acesas.”
“os candelabros de ouro puro com as suas lâmpadas, que deviam ficar sempre acesas diante do Santíssimo, conforme as normas;”
“Da sua boca irrompem tochas acesas e saltam centelhas de fogo.”
 “No meio dos animais havia uma coisa parecida com brasas acesas, ardendo como uma tocha. Esse fogo movia-se entre os quatro animais, era brilhante, e dele saíam relâmpagos.”
 “Permanecei com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas.”
“Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.

Padre Héctor
Filosofo e Teólogo




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

"O fracasso do Missionário"

"A sofrida conversão de Santo Agostinho", de Fra Angelico, Museu Thomas Henry

Beit Jala, 29 de junho de 2013
Anos atrás, eu comecei a escrever uma peça que vai levar anos para ser concluído... é um fracasso? Eu não sei. Nessa carta aos missionários, eu projetei entre outras coisas, para desenvolver o tema do fracasso da missão.
De acordo com o dicionário,  fracasso é um evento deplorável como um estrondo que vem à vida de uma pessoa em um inesperado e percebido como uma ruína, perda, e, portanto, a mesma causa de dor, tristeza e infelicidade.
Em minha opinião existem dois tipos essenciais de fracasso. Uma delas é a fracasso por excelência: o pecado, especialmente o mortal, mas não só. Outro é o fracasso na ordem natural em que as coisas não têm nada a ver com a má vontade. Coisas que acontecem, você não têm e ninguém tinha previsto.
Além do fracasso como tal, é necessário notar que, para ser algo que está intimamente relacionado com a pessoa e sua caraterológia, às vezes, o que não significa absolutamente nada para alguns, para outros constituísse um evento fatal.
O fracasso não é sinônimo de depressão ou tristeza ou perturbação qualquer um tem, mas "algo" que ocorre de tal forma que se experimenta a vida de um acidente, algo que termina verdadeiramente terrível, de forma abrupta, o que é estava fazendo, ou estava prestes a fazer
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A vida do missionário é marcada por uma série de fracassos. Expressa bem esta Enrique Rojas: "A melhor vida é cheia de decepções, dificuldades, fracassos, coisas que ficaram pelo caminho e não sairão."
A questão não está ficar parado diante do fracasso. Fracasso é algo que diminui, sim. Pelo menos por algum tempo. Mas muitas vezes perplexo. "E agora?" (Como  se perguntaria o personagens de 'Nemo'), mas absolutamente não pode ficar sem ação e deixá-lo ocioso, como uma espécie de estátua de sal... como se viver a vida na terra já  não existe mais e, contraditoriamente, se estaria nesta vida, mas já notei uma eternidade de miséria e desolação.
Ainda assim, é comum encontrar pessoas presas por seus fracassos, reais ou aparentes. Assim que são ancoradas no passado, sem possibilidade de um passo, embora pequeno para movimentar para frente.
Este documento, destinado em grande parte para ajudar os missionários a avançar, apesar de toda a tristeza e apesar de todas os fracassos, de diferentes ordens que você experimentou.
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 Qual é o fracasso. Existe Que tipos de fracassos. Quais são as diferentes causas e, portanto, há muitos tipos de fracassos. O que fazer com o fracasso. O que não fazer. A glória de um fracasso.
Estas e outras questões entram em estúdio no fracassología.
Agora eu só vou focar que existem falsos princípios sobre o que é o êxito e fracasso.
Uma aparentemente banal, mas muito comum e ruim, é pensar que o sucesso e o fracasso dependem do número.
Preguei um curso de Exercícios Espirituais de 50 pessoas: sucesso
Fracasso: eu preguei um retiro de um dia um aspirante e uma pequena conversa, alguns consagração leigos
Eu sou famoso... vou celebrar a Missa com 1000 pessoas a cada fim de semana: o sucesso
Ninguém me conhece... celebrar a Missa só, incluindo fins de semana: fracasso
Em meus anos como padre batizou 1.234 pessoas: sucesso
Em meus anos como padre preparou um neófito... mas nunca foi batizado: o fracasso
Eu corro dezenas de pessoas: sucesso
Não fale com ninguém: fracasso
Deus fez através de mim 40 vocações para a vida sacerdotal e religiosa: o sucesso
Deus fez através de mim que uma pessoa é dedicada à Nossa Senhora do Carmo: fracasso
Fundei casas, escolas, casas de sucesso: êxito
Eu afundei a uma missão que tinha em tal lugar: fracasso
Eu preparei em minha vida uma inumerável multidão para a Primeira Comunhão: sucesso
Eu me preparei desde o meu lugar de missão, dois sobrinhos para a segunda Comunhão via internet: fracasso
Em dois anos realizei 50 casamentos: sucesso
Em um ano eu enterrei 100 pessoas, muitos... Eu não tenho tempo para dar a Unção: fracasso
Eu falo duas línguas: sucesso. 3: super sucesso. 5: Um sucesso completo
Eu só falo a minha língua... é ruim: fracasso  
Escrevi muitas coisas, histórias, opiniões, obras de sucesso:
Escreveu cinco e-mails, SMS e 15 172 crônicas (os outros 172 escreveu a um amigo): insuficiência
E assim, com um monte de outras coisas que parecem que a matemática é a medida do sucesso e / ou fracasso.
*****
Na vida há muitos fracassos de missão, objetivo ou subjetivo. Os fracassos que mais  atrapalham são causados pela falta de virtude e, se isso acontece, infelizmente, a perda da vida de graça. Ou deliberados pecados veniais. Ou defeitos não combatidos que, com o passar do tempo, ficam em uma espécie de monstros que aparecem mais fortes do que eu... e que o mesmo Senhor.
Nada disso deve nos deter. Seja qual for a causa do fracasso e fracassos. Muitos ou poucos. Objetiva ou subjetiva, às vezes mais, porque eles tinham vergonha de ser uma evidência inútil - (como se Deus e as pessoas que não sabiam de antemão qual é o vento, tudo e qualquer pecado...).
Sean fracassos conhecidos que machucam mais, embora menos grave, porque eles vão em um sentido contra a fama ou oculto.
Os fracassos que são previstos por todos ou simplesmente inesperados.
Fracassos que há muito tempo nos acompanharam e, portanto, é como ter mais raízes... ou fracassos momentâneos ...
Fracasso. Qualquer que seja a causa primária e as causas secundárias, o que foram as circunstâncias que aumentam e agravam. Seja qual for a ocasião que encontramos a nossa vida...
De tudo isso, enquanto a vida... pode-se tirar proveito. Para a mão direita de Deus pode fazer tudo, tudo. O mais miserável pecador o maior santo. Fracassos em último análise, a maioria absoluta, o pecado e a cruz, a fonte de alegria eterna e salvação (embora cada um causalidades diferentes). O Felix culpa! -et/vel- Salve Crux Ave Spes Unica! (Oh feliz culpa! -y/o- Salve Cruz, Only Hope!).
*****
Os santos têm usado seus facassos, às vezes realmente ótimo, e até mesmo do público e até mesmo vergonhoso, para avançar.
Santos riram de si mesmos e do mundo, porque aprenderam com a experiência do fracasso pessoais do pecado e muitas outras coisas.
Na vida dos Santos fracassos foram a ocasião para um novo começo, de fato, ter sido a ocasião para ser melhor e dar mais frutos para a vida eterna.
Então leia o Monsenhor Giuseppe Canovai, morreu em Buenos Aires, com fama de santidade: "Ah fracasso exterior, envie-me, Senhor", que é apenas uma das traduções dos ensinamentos de Santo Inácio, que o Pe. Buela nos ensinou e os nossos sacerdotes sempre a pedir com sinceridade, confiança e alegria: “concede-nos, Senhor, sofrer por Vos, opróbrios e desprezos. Se conseguirmos passar sem eu e outros pecar”.
São Raimundo de Penhafort experimentou um enorme fracasso por dar um mau conselho... deixa tudo, é dedicada-se... foi co-fundador da Ordem da Misericórdia... graças a ele que temos contra os gentios Summa ele implorou para St. Thomas para escrever.
São Luis Gonzaga está doente... má cicatrização doente perder uma vida em plena floração da juventude. Muitos projetos truncado!
Santo Afonso de Ligório após um fracasso notório em um caso no Tribunal... e se consagra a Deus... 
Bendita bala quebrou os ideais mundanas de Ignácio de Loyola. Após este fracasso, santo.
E... "Bem-aventurados jogo", aquele que, por permissão divina, foi criada por ocasião da conversão de um Camilo de Lellis... depois de um fracasso, santo.
Gabriel da dolorosa... perder a saúde... promete... mais uma vez... não pode decidir... finalmente entra no convento... a morte... e morre jovem, grande fracasso! Eles tinham tantas esperanças depositadas nele. Hoje, santo, um dos patronos da juventude.
As missões jesuíticas início no sul da Argentina e Chile... falhar... estão desoladas... um Mascardi, Fluir, Guillelmo... parecem trabalhado em vão. Muito tempo depois de os Salesianos vir a Patagônia... com grande entusiasmo e sacrifício de dezenas de religiosos... dificuldades pastorais e fracassos entre as tropas, soldados e oficiais... mas também entre os aborígines... todos eles morrem. Fecha uma importante missão no sul... tudo está perdido! Sucesso ou fracasso? Hoje todos Patagônia é uma terra com a maioria de sua população cristã católica.
Daniel Comboni fundou missões na África negra... muito dos missionários vão morrer no caminho... tudo parece um fracasso... hoje a Igreja na África é o mais rápido crescimento em todo o mundo.
Podemos encontrar coisas semelhantes na vida de Piergiorgio Frassati, o Padre Pio, de Charles de Foucauld, São Luís Maria Grignon de Montfort, São José Calasanz, Barbastro Martyrs 'e milhões de confessores e mártires da fé de todos os tempos, Peter... etc.
Poderíamos continuar com inúmeros exemplos, porque em última análise, de que o "dia maldito", quando nossos primeiros pais desobedeceram a Deus... após o completo fracasso, o pecado mortal. O primeiro pecado mortal de um ser humano... depois daquele dia, Deus permite fracassos morais servem para misterioso caminho de volta para ele, se aceitarmos a graça e voltas, e permite, ou mesmo quer, outros fracassos naturais... para reparar a justiça perdida, para dar ao homem a oportunidade de forjar a sua vontade e, acima de tudo, estou absolutamente convencido, de que tudo depende de Deus e que do mal pode Deus tornar-lo um bem!
São Maximiliano Maria Kolbe disse: "Deixem-nos, mas não se preocupe. É necessário que as tribulações externas e internas, fracassos, falta de vontade, fadiga, provocações e outras cruzes purificar e fortalecer-nos. Também tem que ser paciente com você mesmo e, mesmo com o bom Deus, que nós tentamos amar"
Feliz festa de São Pedro e São Paulo! 17° Feliz Aniversário de Ordenação! Parabéns a todos os nossos entes queridos, familiares de sangue ou de espírito!

Pe. Gabriel Eduardo Romanelli, IVE

Tradução Padre Héctor

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O que é o relativismo?

Em síntese: O relativismo é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem. Opõe-se-lhe o fundamentalismo, que afirma peremptoriamente a existência de algumas verdades e algumas normas fundamentais. .. O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas as coisas. Tal atitude está baseada em fatores diversos, entre os quais o historicismo: com efeito a história mostra que tudo evolui e se tornam obsoletas coisas que em tempos passados eram plenamente válidas. A Igreja rejeita o relativismo, mas também não aceita o fundamentalismo: ao lado de verdades e normas perenes, existem outras, de caráter contingente e mutável. Ao cristão toca o dever de testemunhar ao mundo de hoje que a profissão d fé e a Moral católicas nada têm de obscurantista e de recusa dos autênticos valores da civilização contemporânea.

No fim do século passado manifestou-se com certa pujança o fenômeno do relativismo. Segundo esta corrente, o intelecto humano não pode alcançar a verdade como tal, mas apenas aspectos enquadrados dentro do subjetivismo de quem os professa. Essa relativização da Verdade e da Ética tem conseqüências de vasto alcance na vida moderna, de modo que lhe dedicaremos as páginas subseqüentes. Trataremos de apresentar as notas típicas do relativismo, suas causas e a atitude que cabe ao cristão assumir diante do problema.
1. Relativismo: em que consiste?
O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego Protágoras. Em conseqüência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador: por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o anti-semitismo. .., a população lhes obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é a mesma para todos os homens.
Os comentadores dessa situação chegam a falar de uma “ditadura do relativismo”, contra a qual não há como apelar para uma instância ulterior, mas elevada ou mais profunda. A essa ditadura aludia o então Cardeal Joseph Ratzinger aos 18 de abril de 2005 na homilia da Missa preparatória do conclave:
Baseando-se em Ef 4, 14 (“não vos deixeis sacudir por qualquer vento de doutrina”), advertia o pregador: “Quantos ventos de doutrina viemos a conhecer nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modalidades de pensar…! O pequeno barco do pensamento de não poucos cristãos foi freqüentemente agitado por essas ondas, lançado de um extremo para o outro: do marxismo ao liberalismo ou mesmo libertinismo, do coletivismo ao individualismo radical, do ateísmo a um vago misticismo religioso, do agnosticismo ao sincretismo. .. Todos os dias nascem novas seitas e se realiza o que diz São Paulo sobre a falsidade dos homens, sobre a astúcia que tende a atrair para o erro (Ef 4, 14). O ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é muitas vezes rotulado como fundamentalismo. Entrementes o relativismo ou o deixar-se levar para cá e para lá por qualquer vento de doutrina aparece como orientação única à altura dos tempos atuais. Constitui-se assim uma ditadura do relativismo, que nada reconhece de definitivo e deixa como último critério o próprio eu e suas veleidades”.
Assim é posta de lado a metafísica, de acordo com a advertência de Ludwig Wittgenstein: “É preciso não falar daquilo que a mente do homem não atinge”.
Examinemos sumariamente algumas modalidades do relativismo:
1.1. Relativismo filosófico
Não se pode pretender chegar a uma verdade objetiva, pois a mente humana não conhece a realidade como ela é, mas como o sujeito a consegue enquadrar dentro dos seus parâmetros de pensamento. A verdade portanto não é aquilo que a filosofia clássica ensina (conformação do intelecto com a realidade em si), mas, ao contrário, é a conformação da realidade com o intelecto. A verdade assim é algo de subjetivo, pessoal, em vez de ser objetiva e universal, para todos os homens. Já que não há um intelecto só para todos os homens, mas cada qual tem seu intelecto, diverso do intelecto do próximo ou mesmo oposto a este, em conseqüência há muitas verdades. Cada um tem a sua própria verdade.
1.2. Relativismo ético
Não existem normas morais válidas para todos os homens; os valores éticos variam de acordo com as fases da história e das culturas; há normas e opiniões subjetivas, que o indivíduo formula para si mesmo, fazendo uso da sua liberdade, que é refreada apenas pelos limites que os direitos alheios lhe opõem.
O relativismo assim descrito conhece um único absoluto, a saber: o ser humano ou, mais precisamente, a liberdade de cada ser humano. Essa liberdade é indiscutível .
Pergunta-se agora:
2. Quais as causas do fenômeno relativista?
Apontaremos cinco causas:
2.1. Filosofia imanentista
Imanência opõe-se a Transcendência. Significa a negação de todo valor que esteja além do alcance da experiência humana. Ora o relativismo contemporâneo é ateu; vê na religião e na Moral católicas um obstáculo  e um adversário, pois Deus parece escravizar o homem e a Moral católica parece destinada a tornar o homem infeliz ou cerceado. Como pode o ser humano levar Deus em conta, já que todo tipo de conhecimento não é senão uma “representação” mental e subjetiva?
2.2. O historicismo
O historicismo ensina que “tudo é histórico” ou provisório e variável; o que ontem era importante, hoje deixa de ser tal. Ora a verdade é conhecida e vivida na história, sujeita a contínuas mudanças; ela é “filha do seu tempo”. Tudo o que é verdadeiro e bom é tal unicamente para o seu tempo, e não de modo universal, para todos os tempos e todos os homens. Nenhuma cultura tem o direito de se julgar melhor do que as outras; todos os modos de pensar e viver têm o mesmo direito.
2.3. O contínuo e insaciável progresso
Apesar de todas as dificuldades e hesitações por que passa a ciência, há quem julgue que ela trará ao homem as almejadas respostas; proporcionará um crescente bem-estar, porque desvinculadas de qualquer ligação religiosa ou moral. Tenha-se em vista a teoria da evolução, que deu início à nova concepção da humanidade,. .. a época das luzes, que sucedeu ao “obscurantismo” medieval… os regimes democráticos, que tomam o lugar do ancien regime ou da monarquia absoluta dos reis…
2.4. O ceticismo
O ceticismo ensina que não há verdades objetivas e normas morais sempre válidas e que, mesmo que as houvesse, o homem não seria capaz de as apreender. Na época moderna, o ceticismo desponta com René Descartes (+ 1650), que propõe a “dúvida metódica” e vai dominando o pensamento posterior sob formas diversas: agnosticismo, empirismo, positivismo de Augusto Comte, fideísmo, “o pensamento fraco” (como dizem).
O relativismo é marcado também pelo ceticismo. A verdade é pragmática, prática: são verdadeiras e válidas as teorias que levam a resultados concretos satisfatórios; se determinada concepção resolve (ao menos aparentemente) um problema concreto, é tida como verídica e ponto de referência para o comportamento humano.
2.5. O utilitarismo
Associado ao ceticismo, o utilitarismo só aceita o que pode ajudar a viver em certo bem-estar aqui e agora. Tal bem-estar é geralmente hedonista, ou seja, avesso ao sacrifício, à renúncia, ao incômodo e tem por programa: “Maximizar o prazer e minimizar a dor”.
Exposto sumariamente o que seja o relativismo, resta perguntar:
3. Como diante dele se situa a Igreja?
Responderemos em duas etapas
3.1. A Igreja não é fundamentalista
O fundamentalismo é uma atitude que teve origem no ambiente protestante dos Estado Unidos na segunda metade do século XIX: apega-se ferrenhamente a certas proposições da Bíblia e não permite que sejam estudadas à luz das pesquisas lingüísticas e arqueológicas modernas, pois a ciência poria em perigo a fé. Portanto professa a criação do mundo em seis dias de 24 horas; Moisés seria o autor do Pentateuco tal como chegou até nós; o livro de Daniel terá sido escrito por inteiro nos tempos de Nabucodonosor (século VI a.C.)… O mundo moderno é dominado por Satanás, que Jesus derrotará definitivamente quando vier (e talvez venha em breve) a julgar os homens.
Fundamentalista é, por exemplo, a atitude do Islã, que propõe:
1) o Corão é livro divinamente inspirado e deve ser entendido ao pé da letra;
2) o Islã deve reger as leis do Estado, pois todos devem conformar-se aos preceitos de Alá.
O fundamentalismo, aliás, também penetrou em outras correntes religiosas, como o Judaísmo e o próprio Cristianismo (em alguns de seus setores).
Há também o fundamentalismo leigo, não religioso, principalmente no campo da política, quando se procura impor à sociedade o fanatismo de um chefe “carismático” e tirânico.
Pois bem; a Igreja não é fundamentalista. Ela aceita e promove os estudos bíblicos voltados para a lingüística, à arqueologia, a paleontologia. .. Professa que a Bíblia é inspirada por Deus, que utilizou formas de pensamento antigo e oriental para se revelar. A Igreja reconhece que, fora dela, existem valores suscitados pelo próprio Deus ou, como diziam os Padres da Igreja, existem “sementes do Verbo” (logoi spermatikói); cf. Declaração Nostra Aetate nº 2 do Concílio do Vaticano II. Professa outrossim a liberdade religiosa ou o direito que todo ser humano tem de estudar livremente a questão religiosa e viver de acordo com suas conclusões sem ser coagido a abraçar algum Credo que violente a sua consciência, nem adotar o ateísmo; ver Declaração Dignitatis Humanae do Concílio:
“2. Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Consiste tal liberdade em que todos os homens devem ser imunes de coação, tanto por parte de pessoas particulares, quanto de grupos sociais e de qualquer poder humano, de tal modo que, em matéria religiosa [in re religiosa], ninguém seja obrigado a agir contra a própria consciência, nem seja impedido de agir de acordo com ela, em particular e em público, nem só ou associado a outros, dentro dos devidos limites.
Declara, além disso, que o direito à liberdade religiosa está realmente fundado na própria dignidade da pessoa humana, tal como é conhecida tanto pela palavra revelada de Deus como pela própria razão. Este direito da pessoa humana à liberdade religiosa deve ser de tal forma reconhecido no ordenamento jurídico da sociedade que se transforme em direito civil”.
Para evitar mal-entendidos, seja dito: o Concílio apregoa a liberdade para pesquisar o problema religioso. Essa pesquisa, porém, é obrigatória, pois se trata de dar sentido à vida; se Deus existe, o rumo é um; se não existe, o rumo é outro. Ninguém está autorizado a fugir dessa pergunta: Deus existe? …Mas pesquise sem sofrer coação.
Há portanto um meio-termo entre o fanatismo cego fundamentalista e o relativismo. Quem não é relativista, não é necessariamente fanático.
3.2. A Igreja professa a Verdade Absoluta
A inteligência humana foi feita para a Verdade e não para a penumbra das semi-verdades ou do erro. O homem aspira naturalmente à Verdade; esta aspiração congênita não pode ser frustrada num mundo em que as demandas têm sua resposta; com efeito
- para o olho, há a luz para a qual ele foi feito.

- para o ouvido, há o som.
- para os pulmões, há o ar.
- para o estômago, há o alimento.

Não haveria então resposta para as aspirações mais elevadas do ser humano à Verdade e ao Bem?
A Igreja sabe que a Palavra de Deus revela com veracidade quem é Deus e qual o seu plano de salvação. Fora das verdades da fé, julga que o homem, pesquisando através de altos e baixos, pode chegar ao conhecimento da Verdade Absoluta.
O fato, porém, de professar a Verdade Absoluta não deve tornar o fiel católico cego e fanático. Sim; muitos seres humanos podem estar professando o erro, julgando que o erro é a verdade; estão de boa fé numa fé (ou religião) errônea. Deus não lhes pedirá contas daquilo que Ele não lhes revelou, mas há de julgá-los de acordo com os ditames da sua consciência que, sincera e candidamente, os impelia ao erro.
É o que ensina o Concílio do Vaticano II em Lumen Gentium nº 16.
“O Salvador quer que todos os homens sejam salvos. Aqueles portanto que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas de coração sincero buscam a Deus e se esforçam, com o auxílio da graça, por cumprirem com obras a sua vontade conhecida pela voz da consciência, também esses podem alcançar a salvação eterna. A Divina Providência não recusa os meios necessários para a salvação àqueles que, sem culpa, ainda não chegaram ao conhecimento explícito de Deus, mas procuram com a graça divina viver retamente”.
Há um só Deus para todos os homens; Ele distribui suas luzes sobre todo indivíduo como lhe apraz e não pede mais do que a justa resposta da criatura à Palavra que o Senhor lhe comunica.
Ao proclamar a verdade absoluta, a Igreja não ignora a influência, às vezes prejudicial, das culturas na formulação dos juízos religiosos e éticos de cada indivíduo, mas os católicos crêem que esses possíveis obstáculos e desvios podem ser corrigidos pela insistência de quem procura sinceramente.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb.,
Nº 531, Ano 2006, Página 394.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Jesus ressuscitado nos confirma em nossa fé.



A ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo nos confirma em nossa em na Divindade de Jesus. Ele é verdadeiro Filho de Deus que vem ao mundo para nós salvar. E é de capital importância e alicerce de nossa fé cristã a ressurreição que se não acontecerá perderia sentido a nossa pregação de fé e esperança, como afirma o Apostolo São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vazia a nossa pregação, e também é vazia a vossa fé.” (1°Coríntios 15,4). Também a ressurreição de Cristo aumenta nossa esperança por que se Jesus Cabeça ressuscitou temos esperança de nossa ressurreição no fim dos tempos, como ensina São Paulo: “Ora, se pregamos que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos?” (1° Coríntios 15,12). Por isso se meditamos a paixão e ressurreição de Jesus neste tempo litúrgico uma conseqüência pratica é ter uma vida nova. Viver como Cristo Ressuscitado, sentir como Cristo, amar como Cristo, como São Paulo nos exorta: “Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova.” (Romanos 6, 4) Por tudo isso, poderemos afirmar que nossa fé Católica esta alicerçada em um tumulo vazio, Cristo ressuscitou!
Feliz Páscoa!

Padre Héctor

Vigário Paroquial
Paróquia de Santo Expedito - 
São Vicente-SP

www.padrehector.net


quarta-feira, 27 de março de 2013

A dor da paixão de Cristo foi maior que todas as outras dores?



Como se disse acima, ao tratarmos das deficiências assumidas por Cristo (q. 15, a. 5, 6), deve-se dizer que ele suportou uma autêntica dor; tanto sensível, causada por algo que fere o corpo, como interior, causada pela percepção do que é nocivo e que é chamada de tristeza. Ambas foram em Cristo as maiores dores na presente vida. E assim foi por quatro motivos.
Primeiro, pelas causas da dor. Pois a causa da dor sensível foi a lesão corporal, que se tornou pungente não só pela extensão do sofrimento, da qual se falou, mas também pelo gênero de sofrimento. É que a morte dos crucificados é muitíssimo cruel, pois são transfixados em locais de nervos muito sensíveis, ou seja, nas mãos e nos pés; o próprio peso do corpo suspenso aumenta continuamente a dor; e é uma dor que perdura, uma vez que o crucificado não morre logo, como os que são mortos pela espada. Já a causa da dor interior foi, em primeiro lugar, todos os pecados do gênero humano, pelos quais, sofrendo, Cristo dava satisfação, a ponto de, por assim dizer, assumi-los para si, como declara o Salmo 21: “As palavras das minhas faltas”. Em segundo lugar, especialmente a culpa dos judeus e dos demais que tramaram sua morte, mas de modo particular dos discípulos, que se escandalizaram com a paixão de Cristo. Em terceiro lugar, a perda da vida corporal, que por natureza é horrível à condição humana.
Segundo, a extensão do sofrimento pode ser considerada pela sensibilidade do paciente. Ora, ele tinha uma ótima compleição física, pois seu corpo fora formado de modo miraculoso pela ação do Espírito Santo; aliás, tudo o que foi realizado por um milagre era melhor que o resto, como diz Crisóstomo a respeito do vinho em que, na festa de núpcias, Cristo transformara a água. Assim, era agutíssimo nele o sentido do tato, com o qual se percebe a dor. Igualmente, a alma, com suas forças interiores, captava de modo intenso todas as causas de tristeza.
Terceiro, a grandeza da dor de Cristo ao sofrer pode ser estimada pela pureza dessa dor. Nos demais pacientes, com efeito, mitiga-se a tristeza interior e mesmo a dor externa com alguma consideração da razão, por alguma derivação ou redundância das forças superiores para as inferiores, Mas isso não aconteceu com Cristo em sua paixão, pois, como diz Damasceno, “ele permitiu que cada uma de suas potências exercesse a função que lhe era própria”.
Quarto, a extensão da dor de Cristo em sua paixão pode ser estimada pelo fato de seu sofrimento e dor terem sido assumidos voluntariamente, com o objetivo de liberar os homens do pecado. Assim, ele assumiu a intensidade da dor proporcional à grandeza do fruto que dela se seguiria.
De todas essas causas consideradas em seu conjunto, fica evidente que a dor de Cristo foi a maior.
Fonte: Suma Teológica III, q. 46, a. 6